1. O ponto que virou lugar

O som distante dos ônibus se aproxima e se afasta, ritmando a vida que acontece à sombra da cobertura. Há uma mulher sentada, concentrada no movimento paciente do crochê, enquanto o vento leve balança as sacolas penduradas no carrinho. As cadeiras vazias esperam conversas, risadas, pequenas pausas no meio da pressa. Ao fundo, o reflexo do carro estacionado parece ecoar o calor da tarde. Tudo ali parece permanecer — como se o tempo se fizesse mais lento, costurado no compasso das mãos que tecem e das pessoas que esperam.

2. Improviso e permanência

O som metálico de uma moto contrasta com o farfalhar das folhas e o ranger suave da madeira do carrinho improvisado. As cores gastas — laranja, azul, marrom — falam de um cotidiano inventivo, de estruturas que nascem da necessidade e da criatividade. O sol bate de lado, revelando texturas: o brilho da chapa, o pó acumulado no chão, o reflexo rápido de um carro que passa. O abrigo azul do ponto de ônibus desenha um contorno firme, quase escultórico, entre a fluidez da rua e a instabilidade das coisas que se montam e desmontam. Há poesia nesse improviso — uma estética do efêmero que revela a alma do lugar.

3. Prédio do Corpo de Bombeiros Militar – RJ

Aquarela do edifício histórico do Corpo de Bombeiros, com fachada vermelha e janelas brancas. O desenho destaca a simetria e o ritmo das aberturas, além dos elementos urbanos ao redor — carros, árvores e o portão de entrada. A composição transmite a presença marcante do prédio na paisagem e o contraste entre a arquitetura sólida e o ambiente cotidiano.

4. Clube de Regatas Rio Branco - Av. Nelson de S. Oliveira

Representação do prédio do Clube de Regatas Rio Branco. A cena mostra o emaranhado de fios e a movimentação da rua, sugerindo a densidade visual do ambiente urbano. Mesmo entre construções vizinhas e interferências visuais, o edifício preserva seu valor arquitetônico e identidade histórica.

5. Grande fluxo de carros e estacionamento – margem do rio

Vista urbana da orla, com carros estacionados em frente ao rio. O desenho evidencia a presença constante do trânsito e o contraste entre o espaço natural — árvores e água — e o uso cotidiano do local. A aquarela transmite a atmosfera tranquila da paisagem, marcada pela convivência entre natureza e cidade.